terça-feira, 27 de novembro de 2012

Empresas brasileiras estão preparadas para interrupções repentinas e abruptas de energia?

Nos últimos meses, o Brasil foi alvo de repentinos apagões, que afetaram alguns estados brasileiros. O primeiro de grande proporção ocorreu no dia 22 de setembro, graças a uma pane em um transformador que deixou às escuras mais de seis estados na região Nordeste do país, como Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Sergipe, por 25 minutos.

Já no dia 03 de outubro, outro apagão repentino, ocorrido por causa de um incêndio em um equipamento de um dos quatro transformadores da usina hidrelétrica de Itaipu, foi o responsável pela queda de energia por meia hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, afetando também os estados Acre e Rondônia, localizados na região Norte.
 
Após o último apagão, ocorrido em 25 de outubro, no início da madrugada, que afetou a região Nordeste do país e parte dos estados do Pará e Tocantins, na região Norte, o ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, admitiu que não é normal que tais falhas no fornecimento de energia ocorram repentinamente no país.
Mas, mesmo com toda a tecnologia à disposição, não é possível, sem o auxílio de profissionais especializados, identificar todas as ameaças e preparar um plano de contingência eficiente, responsável por minimizar os impactos e salvar vidas. Sozinhos, os governos também não estão preparados para evitar problemas como a escassez de água potável, saneamento básico, eletricidade, serviços de saúde, alimentação, entre outras necessidades, consideradas vitais para a sobrevivência. Para isso, contam com a colaboração de empresas e profissionais de diversos países, para minimizarem tais impactos e apresentarem ações rápidas e eficientes.
Esse é um desafio que daqui em diante deve ser primordial, afinal, é impossível prever quando essas catástrofes podem bater à porta. Ou seja, em continuidade de negócios dizemos sempre que a preparação e o condicionamento salvam vidas e minimizam impactos aos envolvidos. Para isso, é preciso conscientizar as instituições governamentais e privadas sobre a necessidade de se preparar para o inesperado e garantir a segurança da população, fator fundamental para o desenvolvimento de qualquer país.
Em resumo, é preciso um conjunto de estratégias, planos de ações e planos de continuidade que garantam que serviços essenciais tenham seus riscos mapeados, investimentos em medidas de tratamento destes, e para que sejam devidamente preservados garantindo as menores perdas, seja para a sociedade ou para o próprio setor público.

Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios

Estamos em 2012, e desde 1990 sabemos que o mundo mudaria muito, principalmente devido ao BOOM tecnológico e a Internet. Energia, infraestrutura pública, transporte, saúde, saneamento básico e educação são facilmente encontrados em planejamentos da época, até os dias atuais. O que falhou tanto? Por que continuamos com os mesmos problemas, e as grandes cidades a beira de um colapso? E para eventos sazonais como Copa ou Olimpíadas como estaremos preparados?
Em Gestão de Riscos Estratégicos, especificamente em Continuidade de Negócios, fundamentamos que a preparação é a alma do negócio, ou seja, um Plano de Continuidade de Negócios pode ser o desfibrilador para uma empresa durante uma situação de crise ou desastre. Veja o exemplo das empresas públicas e privadas recentemente nos EUA, onde vivenciaram o Furacão Sandy. Ou o Japão, que gerenciou, continuou e recuperou-se em tempo recorde. Eles estavam preparados há tempos, ou fizeram tudo de última hora?
A dependência de energia elétrica é cada vez maior daqui pra frente. Mais tecnologia, mais energia e maior dependência. Uma conexão de Internet só funciona com energia. Um tablet ou um smartphone idem. Empresas param, receitas caem e desemprego é gerado.

O absurdo do descaso

Algumas coisas são curiosas, como há quanto tempo falamos da falta de planejamento urbano e ambiental nas zonas urbanas de grande volume no Brasil: 10, 20, 30 anos? Creio que sim. E o que se fez? Nada. Ou o insuficiente. É um jogando a culpa no outro e ponto. O que me assusta, é que estamos todos no mesmo barco! Há quanto tempo falamos sobre árvores mortas causando problemas em SP? De chuvas detonando a cidade? De problemas com a rede elétrica? Isso tanto faz em SP, RJ e outros grandes centros. Questionam-me se grandes centros estão preparados para situações de crises e desastres, e a resposta é NÃO!

Entenda parte do problema

Bombeiros, Defesa Civil, Polícia Militar e algumas outras forças públicas merecem todo o nosso respeito, e digo mais, fazem literalmente milagres e possuem 99,9% dos seus homens praticantes de um ideal nacionalista e humano que é de se invejar. Primeiro, por causa dos baixos salários, segundo, pelos investimentos equivocados e muitas vezes errados, terceiro por politizar muitas vezes assuntos meramente técnicos, e mesmo assim fazem a diferença. São heróis! E é por isso que corrigem, até certo ponto, muitos dos erros dos políticos que não estão ligando para nada que apontamos aqui. O problema é que remediamos demais!
Gerenciar riscos é muito mais do que remediar, é estar preparado mesmo! Mapear riscos em uma cidade, como em uma empresa, significa estudar mais rapidamente situações de risco, contabilizá-las, tratá-las e, principalmente, aplicar controles de mitigação antes que aconteçam determinados problemas. A gestão de continuidade de negócios é uma disciplina que pode auxiliar desde o cidadão, o pequeno empresário ou até mesmo a grande empresa a se preparar para situações adversas como esta, para manter suas funções essenciais. Isto inclui o setor público também.
Bom, a iniciativa privada tem o dever de investir para minimizar os impactos, e exigir menos impostos devido a estes investimentos em Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios, bem como prêmios de seguros menores. Porém, não exclui empresas de serviços essenciais como as de Telecomunicações e Energia a investirem mais do que falam. Poderiam investir a metade do valor das multas que recebem da Anatel e Aneel que estariam muito mais preparadas.

Uma ação conjunta - Um risco menor

Falamos sempre para as empresas que Riscos, Continuidade e Segurança são responsabilidade de todos na organização. Esta mesma dica cabe aos serviços públicos essenciais e à população que precisa exigir com mais fervor que o Governo, Prefeitura e empresas envolvidas atuem conjuntamente no planejamento de Gestão de Riscos Estratégicos e Continuidade de Negócios, minimizando crises e atuando mais organizadamente em situações como estas.

Jeferson D'Addario Sócio diretor da DARYUS Consultoria, consultor sênior há mais de 15 anos em TI, Gestão de Riscos e Continuidade de Negócios. Certificado pelo DRII - Disaster Recovery Institute International - USA, BCI - Business Continuity Institute - UK, CRISC - Certified Risk Professional pela ISACA - USA
FOnte: administradores.com

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